Entendendo a Riqueza das Nações

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Entenda a alta do dólar e as ações do Banco Central

O dólar atinge os R$2,43 e fecha na maior cotação em 4 anos. No ano, o câmbio subiu 18%. Apenas em agosto, o dólar registrou um aumento de 5%. Qual a explicação deste fenômeno?

Estamos vendo o Banco Central fazer movimentos de política monetária: leilões de swap cambial, leilões de venda de dólares com compromisso de compra e oferta de dólares no mercado à vista, também com compromisso de recompra. Quais efeitos terão estas ações?

A alta contínua do dólar tem explicações de origem interna e externa.
Internacionalmente, durante a crise de 2008, com as potências enfrentando problemas, o dinheiro de investidores estrangeiros passou a entrar no Brasil. Nesta época, o dólar ficou mais barato para nós brasileiros.
Entretanto, nos dias atuais, com a volta do fortalecimento dos Estados Unidos, há maior demanda por dólar, o que faz a moeda ficar mais cara. Ben Bernanke, presidente do FED, declarou que a compra de ativos será reduzida, ou seja, o volume de dólares em circulação cairá, aumentando o preço da moeda em todo o mundo.
Além disto, a desvalorização do real tem sido maior em relação às outras moedas. Internamente, com a alta inflação, IOFs sem lógica, perda da confiança dos investidores internacionais, um desempenho econômico fraco e contas externas que não vão bem (basta ver o desempenho da balança comercial brasileira), o Brasil deixou a desejar.

O que o Banco Central está fazendo para conter a alta do dólar?
A primeira ação foram três leilões de swap cambial, ou seja, venda de dólares no mercado futuro. O swap cambial é um título atrelado a um determinado valor do dólar a ser pago em data futura. Ao comprar um título associado ao dólar, o investidor "fixa" o valor do dólar que tem a receber ou a pagar. No segundo leilão, o BC apenas "rolou" parte dos contratos, ou seja, prorrogou seus vencimentos.
Outra ação foi anunciar um leilão de linha, ou seja, uma venda de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra. Será que o objetivo destas transações era prover maior liquidez ao sistema?
Talvez o BC tenha escolhido operar no mercado de derivativos apostando não em movimentos unidirecionais da moeda, mas sim em uma estratégia de hedge cambial.
Na minha visão, estas ações não surtirão efeito. Se o BC não fizer venda de dólar à vista, não conseguirá resolver o problema no curto prazo. Para o longo prazo, a solução é estrutural, macroeconômica. A recente queda do Índice de Confiança da Indústria mostra que há uma sensação de desapontamento com a economia. Que tal impulsionar os setores que refletem o consumo e o investimento?







7 comentários:

  1. Fala professora! Legal seu blog! Assim que começa, espero em breve ler mais artigos seus! Só uma dica, tente estender mais os assuntos! Estou desenvolvendo um site também, segue o endereço: www.ynvestimentos.com.br .

    Marcello Pirró

    ResponderExcluir
  2. Enquanto nosso ministo da Fazenda e "PresidentA" não assumirem que são necessárias medidas estruturais, a começar pelo equilíbrio fiscal, as ações do BC serão inócuas e resultarão na queima de nossas reservas cambiais.

    ResponderExcluir
  3. Eu trabalho diretamente na área de Óleo e Gás e vejo uma movimentação muito grande por parte da Petrobrás em aumentar sua infra-estrutura para Diesel e Gasolina principalmente esse ano, com refinaria atrás de refinaria send expandida ou construida novas unidades. Assim acho que apenas investimentos na área não resolveriam o problema. O Governo apostou alto nos automóveis e no crescimento rodoviário e agora esta pagando o preço pela política. Pelas obras que vejo esse problema pode ser resolvido daqui a alguns anos ainda, o problema é segurar a bronca até lá.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Realmente, o que precisamos é de infra-estrutura e de uma reforma das políticas. Excelente comentário! Volte sempre!

      Excluir
  4. Olá, gostei do seu site, interessante e com assuntos momentosos.
    Na minha visão, o problema está relacionado com a ineficiência do atual governo, o qual já esgotou seu repertório de planos e que, por insegurança e falta de visibilidade, acabam afastando os investidores que procuram ilhas mais seguras para deixar seus recursos.
    Qualquer medida que venha a ser tomada por esse desgoverno só irá criar perfumarias.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. As eleições estão chegando...será que mudar as peças do jogo vai adiantar? Gostei do seu comentário!

      Excluir